O diretor
interino do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), José Carvalho da
Silva, foi afastado do cargo nesta terça-feira pelo governo do Amazonas. Ele
foi acusado por dois detentos, que morreram no massacre do dia 1º de janeiro,
de receber dinheiro da facção Família do Norte (FDN) para facilitar a entrada
de drogas, armas e telefones celulares no presídio. A informação foi confirmada
pelo secretário de Segurança Pública do Estado, Sérgio Fontes. A rebelião
orquestrada pela FDN contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no
Compaj terminou com 56
mortos.
Dezenove dias
antes de serem mortos, os presos Alcinei Gomes da Silveira e Gezildo Nunes da
Silva enviaram cartas à Justiça do Amazonas por meio da Defensoria Pública, em
18 de dezembro. Nelas, os presos relatam que estavam sendo ameaçados de morte.
“Eles são corruptos e recebem dinheiro da facção criminosa facilitando a
entrada de drogas e celulares e [também] a última fuga no Compaj”, diz
Alcinei.
No site do
Tribunal de Justiça do Amazonas, há registro de uma petição (pedido) às 12h36,
de 14 de dezembro, que foi reunida ao processo. Os detalhes do processo não
podem ser acessados eletronicamente. Mas, segundo o defensor público Arthur
Sant’anna Ferreira Macedo, que defendia Gezildo, trata-se de um pedido para que
a Justiça determine que as denúncias sejam apuradas e que o preso seja
transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) como forma de o Estado
protegê-lo e assegurar sua integridade física.
O Poder
Judiciário entrou em recesso seis dias depois, no dia 20 de dezembro, e os
pedidos do defensor público não foram analisados. Gezildo que cumpria pena por
furto e Alcinei havia sido condenado a 60 anos de prisão por matar a própria
mãe, um irmão e tentar assassinar o pai.
Fonte:
Veja.com
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