Há
quinze anos, a paulistana Eny Rodrigues estava amamentando sua segunda
filha quando notou uma mancha vermelha no seio esquerdo. Preocupada,
procurou um médico. O diagnóstico: câncer de mama. Submetida à
mastectomia, Eny passou também por sessões de quimioterapia e
radioterapia. Cinco anos depois, em 2006, a alta foi anunciada — e
comemorada. Em 2007, porém, Eny começou a sentir fortes dores nos
braços, nas pernas e na coluna. Imaginou ser hérnia de disco. Não era. O
câncer voltara, com metástases nos ossos e no fígado. A deterioração
física foi rápida. No início, ela mancava. Em seguida, já não conseguia
mais andar e mal saía da cama. Em seis meses, perdeu 20 quilos. “Sentia
dores horríveis”, lembra Eny. “Tomava morfina de quatro em quatro
horas.” O prognóstico era dos piores. Deram-lhe alguns meses de vida. Em
razão da gravidade do estado de saúde e do seu tipo de câncer, o
agressivo HER-2, foi convidada a participar de uma pesquisa com um
medicamento experimental na ocasião, o pertuzumabe. Eny nada tinha a
perder e aceitou a oferta.
Hoje,
aos 57 anos, oito depois, ela está livre das metástases. Recuperou a
independência, está animada e forte. A cada 21 dias vai ao hospital
receber a medicação endovenosa. Aprovado pelos governos americano e
brasileiro em 2012 e 2013, respectivamente, o pertuzumabe reduz em até
32% a taxa de mortalidade entre as pacientes com câncer HER-2 — e 80%
apresentam redução no tamanho do tumor. Diz o mastologista Roberto Hegg,
chefe da pesquisa com o pertuzumabe realizada no Brasil, no Hospital
Pérola Byington, em São Paulo: “São os melhores índices já alcançados no
controle de metástases”.
Fonte: Veja.com
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