Sob forte comoção, gêmeos de 2 meses mortos a tiros são enterrados
Os corpos dos irmãos gêmeos Lucas e Ana Flávia, de dois meses, mortos, segundo a polícia, supostamente a mando do pai, foram enterrados na manhã desta quarta-feira (18) em Uberaba (MG).
Eles e a mãe, Izabella Gianvechio, 22, foram mortos na
última quinta-feira (12). Segundo a Polícia Civil, o suposto pai,
Matusalém Ferreira Júnior, 48, mandou matá-los para não reconhecer a
paternidade. Ele, que é comerciante em Sacramento (MG), é casado e tem
filhos.
O enterro, às 8h30, foi acompanhado por cerca de 50 pessoas, que mostraram indignação com o crime e choraram muito.
Devido
ao estado avançado de decomposição dos corpos, o velório durou apenas
dez minutos, tempo suficiente para orações feitas pelos presentes e por
um padre.
Assim
como a mãe, ambos foram mortos a tiros. Primo de Izabella, Marcos Souza
disse que, além de tiros, o corpo de Ana Flávia apresentava marcas
semelhantes às de uma coronhada.
"Foi difícil, nunca vi nada semelhante em minha vida", disse ele, pai de um bebê de três meses.
No
dia do crime, a comerciária Izabella se encontrou com Ferreira Júnior,
48. Antes do encontro, enviou mensagem de voz via aplicativo WhatsApp a
uma amiga, em que disse que o comerciante afirmou que levaria fotos de
seus outros filhos para "comparar" e fazer "tudo certinho" em relação ao
reconhecimento da paternidade.
Desde
as 16h daquele dia, ela e os filhos não foram mais vistos. O corpo de
Izabella foi encontrado no mesmo dia em Aramina, cidade do interior
paulista distante 45 quilômetros de Uberaba.
As crianças, no entanto, permaneciam desaparecidas, o que motivou uma campanha de amigos e familiares em redes sociais.
Nesta
terça-feira (17), após a polícia divulgar fotos do comerciante e com um
mandado de prisão temporária expedido contra ele, Ferreira Júnior se
apresentou à delegacia e falou sobre o crime. Disse, no entanto, que foi
outro homem, pego por ele numa rotatória de Uberaba, quem matou os
três.
Segundo
a delegada Carla Garcia Bueno, da Delegacia de Orientação e Proteção à
Família, Ferreira Júnior admitiu ter tido relacionamento com Izabella e
disse que era possível ser o pai das crianças.
Os
corpos dos bebês foram achados num local quatro quilômetros distante do
corpo da mãe, próximo a uma arma, supostamente usada nos assassinatos.
O
coautor, identificado como "Pedrão", está sendo procurado em
Sacramento. A polícia crê que ele esteja numa mata, que está cercada
inclusive por cães da PM.
Nesta
quarta (18) à noite, familiares e amigos de Izabella farão uma
manifestação no centro da cidade mineira para pedir Justiça e cobrar as
autoridades para uma punição exemplar neste crime.
"Não pode ficar como está. Ele está preso, mas é preciso que se faça realmente Justiça. Foi uma barbaridade", disse Souza.
Ferreira
Júnior, levado para uma penitenciária em Uberaba, está sem advogado
constituído, segundo a polícia, após seu defensor desistir do caso.
Fonte: Diário do Nordeste
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