A senadora e ex-ministra Marta Suplicy (Foto: Agência Brasil) |
A senadora e ex-ministra Marta Suplicy (PT-SP) criticou a presidente Dilma Rousseff e lideranças do partido e afirmou, em entrevista publicada na edição deste domingo do jornal "O Estado de S. Paulo", que "ou o PT muda ou acaba".
Na
entrevista, ela reconheceu que articulou a candidatura do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva a presidente no ano passado – no lugar da de
Dilma –, qualificou o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, de
"inimigo" e disse que a presidente não reconhece os próprios erros.
Marta Suplicy pediu demissão em novembro do cargo de ministra da Cultura, por meio de uma carta
na qual fez objeções à política econômica do governo. No mês passado, criticou a nomeação por Dilma do sucessor dela
no Ministério da Cultura, o sociólogo Juca Ferreira, a quem atribuiu
"desmandos" na época em que dirigiu a pasta (entre 2008 e 2010, durante o
governo Lula).
Ao
jornal, a senadora disse que, no ano passado, organizou um jantar com
empresários em apoio à candidatura de Lula a presidente – no lugar da de
Dilma à reeleição. Mas, segundo afirmou, o ex-presidente não quis.
Marta
elogiou a equipe econômica nomeada por Dilma – "é experiente,
qualificada" –, mas afirmou que a presidente precisa reconhecer os
próprios erros, o que, segundo disse, não fez durante a campanha nem no
discurso de posse.
Sobre
o PT, declarou que é um partido "cada vez mais isolado" e do qual está
"há muito tempo alijada e cerceada, impossibilitada de disputar e
exercer cargos para os quais estou habilitada" – Marta perdeu a disputa
interna para Fernando Haddad, que concorreu e se elegeu prefeito de São
Paulo em 2012, e para Alexandre Padilha, candidato derrotado do partido a
governador de São Paulo no ano passado.
"Cada
vez que abro um jornal, fico mais estarrecida com os desmandos do que
no dia anterior. É esse o partido que ajudei a criar e fundar? Hoje, é
um partido que sinto que não tenho mais nada a ver com suas estruturas",
afirmou.
Ela
afirmou que ainda não decidiu se sairá do PT, mas disse ter vários
convites. "A decisão não está tomada ainda, mas passei um mês e meio,
dois meses, chorando, com uma tristeza profunda, uma decepção enorme, me
sentindo uma idiota. Não tomei a decisão nem de sair nem para qual
partido, mas tenho portas abertas e convites de praticamente todos,
exceto do PSDB e do DEM."
A
senadora também criticou na entrevista o atual ministro da Casa Civil,
Aloizio Mercadante, a quem chamou de "inimigo". Embora lideranças do
partido já tenham se manifestado a favor da volta de Lula em 2018, ela afirmou que o ministro articula a própria candidatura, mas terá contra si "a arrogância e o autoritarismo".
Fonte: G1
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